domingo, 25 de setembro de 2016

Escola sem partido X escola sem mordaça

fonte: https://www.youtube.com/watch?v=000b7AFo5h8

Hoje pretendo refletir um pouco de assuntos que estão em amplo debate nos últimos meses.
Esta primeira reflexão trata do projeto denominado “Escola sem partido”, que tem como contraponto o projeto “Escola sem mordaça”.
O vídeo acima apresenta um debate de ideias promovido pela Zero Hora onde os dois projetos são apresentados. Dou destaque para os 10 primeiros minutos onde efetivamente há um debate sobre tal.
A formação docente implica, em sua constituição, uma formação política. Política, neste caso, não se referindo a vinculação político-partidária, embora nada a impeça, uma vez que fora do ambiente profissional cada docente é livre para optar por aquilo que julga importante e que queira seguir.
Estou me referindo a aspectos da formação docente. Todo professor, é em essência, um ser político e sua formação também implica este aspecto.
A escola é um ambiente de formação de indivíduos críticos, que vivem socialmente e que também fazem parte de sua constituição. Não há como limitar o debate em sala de aula sobre todos os aspectos cotidianos de nossa sociedade e não devemos transformar a escola num espaço policialesco. Na minha opinião, é isso que o “escola sem partido” acabará transformando. Vai implicar em aulas essencialmente teóricas, sem debate de ideias e reflexões sobre os problemas e necessidades da nossa sociedade.
E como fazer a escolha dos livros ou materiais didáticos? Que o fará? Quais serão os critérios?
Toda a escola possui seu Projeto Político-Pedagógico e seu Regimento Escolar, que devem ser amplamente conhecidos por toda a comunidade escolar, então não há necessidade de amordaçar os docentes para que não “contaminem” os alunos com pensamentos “marxistas, de esquerda, comunistas”. Um absurdo!
Vivemos numa sociedade onde a livre expressão de pensamentos e o debate de ideias é fundamental para o fortalecimento da democracia e a escola é fundamental na construção de uma sociedade melhor, respeitando a pluralidade de concepções e ideias pedagógicas, como prevê a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN _ Lei 9.394/1996).