fonte: http://porvir.org/escolas-brasileiras-inovadoras-podem-concorrer-em-desafio-internacional/
Tenho refletido sobre a necessidade da inovação dos sujeitos e
espaços e da inovação pedagógica na prática docente.
Temos historicamente uma escola
construída para atender a uma massa de público, oriunda do desenvolvimento
econômico do país. A escola pública, de ensino gratuito, de acesso àqueles que
não têm condições de arcar com seus estudos.
Historicamente, o objetivo da
escola, além do ensino e aprendizagem, residia na qualificação de mão-de-obra
para o mercado de trabalho, em nome do progresso e do desenvolvimento. Até entre
as famílias, prevalecia a ideia de uma escolaridade mínima e, assim que for
possível, do ingresso no mercado de trabalho.
Mas este progresso e
desenvolvimento, fruto do trabalho humano, favoreceu o desenvolvimento das
sociedades. Com o aumento da população, a disponibilidade de grande
mão-de-obra, o mercado de trabalho e a sociedade não conseguiram mais atender a
todos. Neste sentido, em nome da eficiência e eficácia, uma nova estrutura
social e de trabalho foi formada.
Com as tecnologias avançando
rapidamente e estabelecendo-se pelo mundo inteiro, um novo campo surgiu: o da
inovação. Empresas e instituições passaram a investir na inovação e selecionar
novas pessoas, com perfil dinâmico, inovador e ativo.
Este rompimento com as estruturas
arcaicas da sociedade, que em parte ainda prevalecem em alguns setores,
refletiu diretamente na escola e na sua forma de organização. A formação de
professores e a prática docente na escola não estavam acompanhando as rápidas
mudanças desta sociedade do conhecimento e da tecnologia.
O desafio inicial começou pela
formação de professores, nas instituições de educação superior: não se poderiam
mais formar docentes, nas velhas práticas, para práticas tradicionais de ensino
e transmissão de conteúdos (e não necessariamente de conhecimentos).
Este movimento refletiu na
escola, já que ela é o reflexo da sociedade onde está inserida e sobre ela há influências diretas. O desafio agora era o da
inovação pedagógica dos docentes, que até hoje enfrentam dificuldades por não
dominarem as tecnologias suficientemente adequado para lidar com educandos de
uma nova geração e uma sociedade de novas características e movimentos.
Cabe às instituições de ensino
superior, de formação de professores, e as mantenedoras de cada um dos sistemas
de ensino, a promoção da formação continuada docente, visando seu
desenvolvimento profissional, fazendo-o, na prática, refletir e construir uma
nova postura docente, que alie conhecimento, tecnologia e inovação, visando
preparar os alunos para seres cidadãos críticos e participativos nesta
sociedade do conhecimento e da informação.
Resta ainda o desafio do uso das
tecnologias por parte das escolas e dos docentes, não como mero instrumentos,
mas como possibilidades de transformação dos espaços escolares em espaços
dinâmicos, interativos, de aprendizagem compartilhada, colaborativa e
desafiadora.