terça-feira, 3 de maio de 2016

Refletindo sobre a literatura: trabalhando com a diversidade

Hoje me proponho a escrever sobre diversidade, em especial a literatura disponível para trabalho nas escolas de Educação Básica, partindo de reflexões do texto de “Rosa Maria Hessel Silveira”, por proposição de Literatura Infanto Juvenil e Aprendizagem.
A partir da leitura do texto proposto, pensando em minha prática docente e na formação que venho desenvolvendo, na primeira parte do texto, a autora afirma que  “na última década uma preocupação mais programática com a formação da criança para “conhecer” e aceitar o diferente vem ensejando uma proliferação de títulos dentro de várias vertentes da temática (pág. 2)”. Esta é uma grande preocupação que se tem na formação dos alunos, principalmente para uso da diversidade de livros de literatura visando que os educandos tenham acesso a conhecer o diferente, compreendendo-o. Para o desenvolvimento destas ações, o Governo enriqueceu as bibliotecas escolares (e inclusive com o PNAIC bibliotecas nas salas do 1º ao 3º Ano do Ensino Fundamental) para que os alunos possam ter acesso a diversificada bibliografia.
Outro ponto trazido pela autora é que ““as “novas” obras, como quaisquer produtos culturais, também são produzidas dentro de contextos, valores, quadros de referências e verdades em que seus autores e autoras se situam” (pág.3). O objetivo destas é o desenvolvimento crítico e criativo dos cidadãos, que a partir do contato com os diferentes gêneros são convidados a ter seu próprio posicionamento, que pode inclusive diferir da visão trazida pelo autor. Isto pode ser corroborado com estudos realizados trazidos pela autora que afirma que os “autores estavam motivados por uma função pedagógica de uma abordagem “não preconceituosa”, mais “realista” de determinadas diferenças,” (pág. 3). Seja trazendo a questão das deficiências, das diferenças sociais, diferenças físicas, entre outras.

Com a evolução e a garantia dos direitos sociais no Brasil, é fundamental que a literatura também sirva como apoio no trabalho sobre o ser diferente em sala de aula, pois neste espaço a heterogeneidade é que enriquece o processo das relações humanas e contribui para a formação crítica dos alunos. Embora a bibliografia tenha avançado, ainda há pouco material disponível nas escolas para uso com os alunos, principalmente quanto a diferenças de gêneros. Ainda temos a presença de visões tradicionais, carregadas de fortes representações religiosas, até mesmo um tanto míticas para justificar as diferenças entre as pessoas, este é um dos motivos do atraso e da pouca bibliografia sobre o tema, além do fato de que é recente a inserção das temáticas sob novos e diferentes olhares nas escolas.
Na minha opinião, a inserção da temática das diferenças, do ser diferente, em sala de aula constitui um processo riquíssimo para o desenvolvimento crítico dos alunos. Embora concorde com a autora que ainda os livros estejam carregados de visões limitadas ou da necessidade da ampliação das visões para além daquelas priorizadas nos enfoques, este é um processo que esta em ampliação, uma vez que a sala de aula tornou-se um espaço de discussão e de infinitas possibilidades de trabalho.

Referências:
SILVEIRA, Rosa Maria Hessel. Nas tramas da Literatura Infantil: olhares sobre personagens “diferentes”.



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