sábado, 9 de setembro de 2017

A era da informação e comunicação: impactos no mundo e nas relações

Fonte: https://tic9bavelar.wikispaces.com/file/view/internet_kids_logo_full.jpg/43910779/525x472/internet_kids_logo_full.jpg


      Vivemos a era da informação e da comunicação. Assistimos diariamente a expansão e criação de novas formas de comunicação e de interação. Com esta expansão, o acesso as redes sociais teve um salto exponencial, uma vez que o acesso ao celular e à Internet inclusive por meio dele, permite este acesso instantâneo e a informação, de qualquer parte do mundo, a qualquer tempo.
     A escola sofre influências diariamente destas transformações. E ainda não sabe como lidar e fazer seu uso para aprimorar o processo de construção do conhecimento, uma vez que está fundada em ideais e culturas de séculos passados, numa estrutura rigidamente formada. Há grandes resistências por parte dos educadores no uso, uma vez que nossos alunos nasceram neste mundo e têm o domínio do uso das tecnologias.
    Leandro Karnal faz uma série de reflexões acerca da comunicação e do impacto das redes sociais na vida das pessoas. Destaca que a geração atual só viveu a experiência do virtual.  A expansão das redes sociais, segundo ele, tem seu lado positivo e negativo. O grande defeito é que vivemos a era que ele chama de era do narcizismo, autocentrada no próprio sujeito.  Vivemos a era do indivíduo (Deus customizado, animal humanizado e comida adaptada). Século do narciso, do individualismo.
      Nesta forma de nos comunicarmos, facilitamos a maneira de encerrar e conduzir relações. Porém, eliminamos a autoria. Nossa seleção da verdade é afetiva, de identidade. Tudo o que disserem de ruim, de mal, de quem eu não gosto, torna-se verdadeiro! O critério é individual!
      Cita as ideias de Bauman sobre a era do mundo líquido. Também cita as ideias de Umberto Eco que afirma que  a internet promoveu o idiota da aldeia, aportador da verdade. Qualquer idiota da aldeia tem o direito a portador de voz do que um prêmio Nobel. A internet propicia que qualquer pessoa, de qualquer canto do mundo, expresse uma ideia, em grau de igualdade com um especialista. Eco quis denunciar que a internet divulga informação, mas não  formação! Queria expressar talvez uma certa melancolia sobre uma época que a autoria era única. Para ouvir algo eu teria que ter uma imensa informação.
      Sobre a questão da autoria, percebemos na fala de Karnal a questão daquilo que ele chamou de detração, palavra de origem latina, que tem o mesmo significado que fofoca. As pessoas compartilham informações, das mais diversas fontes e assuntos, sem muitas vezes se preocupar na sua veracidade, tampouco são atribuídas autoria a pessoas que muitas vezes sequer expressaram tal ideia.
     Fundados nas ideias de Freire, é importante refletirmos sobre o ato de estudar, ler e interpretar. É necessário um espaço de tempo para decodificar, assimilar, o que foi revelado no texto.
      Desta forma, percebo que a leitura e uso que as pessoas vêm fazendo das informações das redes e mídias é instantânea, líquida, sem fazer uma reflexão crítica, uma análise das informações, comparando com outras fontes ou mesmo com a veracidade daquilo que compartilhamos ou muitas vezes julgamos por verdadeiro.
      Temos de fazer o trabalho da crítica. Ou seja, um trabalho intelectual que tem por finalidade explicitar o conteúdo de um pensamento qualquer, para encontrar o que está silenciado. A tarefa da crítica é fazer falar o silêncio. Realizar trabalho interpretativo com relação a pensamentos e discursos dados.
    Sou da geração que leu e interpretou os estudos de Freire e outros pensadores. Hoje percebemos esta disseminação de informações facilitada pela ascensão dos meios de comunicação e das redes sociais, que têm tornado as pessoas transmissoras de verdades (ou falsas verdades), disseminação de ideologias ou discursos de ódio, ataque a moral, destruição de identidades.  
    Não podemos negar a importância do acesso à informação, ao mundo conectado, embora que ainda existem pessoas que não tenham acesso a isso. Mas o tipo de informação e o que é feito com ela é um grande desafio posto, ainda mais no atual contexto que vivemos em nível mundial e nacional, onde o uso da informação é feito para desinformar a massa da população e tem disseminado discursos de ódio, destacando as diferenças e enaltecendo uns em detrimento de outros.

   Compete-nos enquanto educadores em constante desenvolvimento profissional promovermos espaços de reflexão, autoria, contribuindo para que nossas escolas sejam espaços de formação de sujeitos ativos, curiosos, investigativos e criativos.
Referências
HÜHNE, Leda Miranda. Metodologia Científica.
Programa Ponto a Ponto. O impacto das redes sociais nas vidas das pessoas. Disponível em: <https://youtu.be/crlhoz7IVeY>. 

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