https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXUjdiLrOvuLYRzTcmSI7gtJPPVjQHOj9YfIEpWfYn2pYxOXqdtifSl3XJXpjEADlb8ce9ogxDeuV0DdBj-6XbHBnDWUP7ZBl6drcsjrt_aQDT-F20OXs3QSOB8hQUa9RT15hiM6NvZkU/s320/Imagem1.png
Parece claro que o conceito de escola e educação
democráticas, construídas historicamente, constantemente sofrem abalos tendo em
vista movimentos tradicionais e visões de caráter excludente, enfatizando a
disparidade e as o modelo de classes.
O sistema escolar reproduz a nível social os
diferentes capitais culturais das classes sociais. A Educação precisa
romper a ideia de processo de transmissão cultural – reprodução de um sistema
social, mesmo que afetada por este modelo.
A presença da questão multicultural , sob o ponto
de vista conceitual e prático, tem ganhado campo no cerne das instituições de
ensino, seja da Educação Básica ou Superior. Entendo que ainda se encontra em
constituição e embora tenhamos avançado muito, parece que há um movimento
fazendo o percurso inverso.
Candau traz importantes reflexões em seu texto. Eis
algumas ideias que norteiam sua discussão:
[...]a igualdade que queremos construir assume o
reconhecimento dos direitos básicos de todos. (pág. 128)
[...] o que precisa ser mudado não é a cultura
do aluno, mas a cultura da escola. (pág. 133)
O termo multiculturalismo, de caráter polissêmico,
como aponta a autora, nasceu de lutas dos grupos sociais, discriminados e
excluídos de uma cidadania plena, movimentos sociais (questões identitárias). A
autora destaca que a partir de estudos do grupo de pesquisa de que participa,
uma forma destas questões penetrarem na cultura escolar se dá por meio
das atividades extraclasse.
O contexto da escrita do texto de Candau reflete um
período em que a agenda era composta pelas mobilizações e pela necessidade de
reconhecer as questões da identidade, igualdade e diferenças era um desafio
para inserção no currículo educacional, tanto pela sociedade, quanto por
resistência da própria instituição, dos docentes etc.
Hoje avançamos muito neste sentido, haja visto as
inúmeras políticas de ações afirmativas visando o acesso de todos à educação,
principalmente a superior, que antes era habitada por um público seleto e que
tinha condições financeiras, mesmo que existissem algumas bolsas que eram de
acesso a poucos.
O próprio currículos das escolas e IES ,
construídos coletivamente, pautados em muita mobilização e lutas de origem
social, possibilitaram o trabalho e o reconhecimento da diversidade que habita
o nosso país.
O Plano Nacional de Educação (Lei 13.005/2014), os
Planos Estaduais e Municipais, pautam políticas de governo que visam o
desenvolvimento educacional do país, em termos de qualidade, equidade e
condições em todos os Estados. Representam uma conquista, uma vez que tratam de
políticas construídas com participação social.
Resta ainda a transposição das práticas do velho e
tradicional modelo escolar que ainda insistem em permanecer no cotidiano
escolar e das IES.
Referências:
CANDAU, Vera Maria Ferrão. Sociedade, cotidiano escolar e cultura(s): uma aproximação.
NOÉ, Alberto. A relação Educação e Sociedade: os fatores sociais que intervém no processo educativo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário