domingo, 10 de setembro de 2017

Escola e cultura: olhar sobre prática

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     Parece claro que o conceito de escola e educação democráticas, construídas historicamente, constantemente sofrem abalos tendo em vista movimentos tradicionais e visões de caráter excludente, enfatizando a disparidade e as o modelo de classes.
    O sistema escolar reproduz a nível social os diferentes capitais culturais das classes sociais. A Educação precisa romper a ideia de processo de transmissão cultural – reprodução de um sistema social, mesmo que afetada por este modelo.
    A presença da questão multicultural , sob o ponto de vista conceitual e prático, tem ganhado campo no cerne das instituições de ensino, seja da Educação Básica ou Superior. Entendo que ainda se encontra em constituição e embora tenhamos avançado muito, parece que há um movimento fazendo o percurso inverso.
    Candau traz importantes reflexões em seu texto. Eis algumas ideias que norteiam sua discussão:
              [...]a igualdade que queremos construir assume o reconhecimento dos direitos básicos de todos. (pág. 128)
[...] o que precisa ser mudado não é a cultura do aluno, mas a cultura da escola. (pág. 133)
     O termo multiculturalismo, de caráter polissêmico, como aponta a autora, nasceu de lutas dos grupos sociais, discriminados e excluídos de uma cidadania plena, movimentos sociais (questões identitárias). A autora destaca que a partir de estudos do grupo de pesquisa de que participa, uma forma destas questões penetrarem  na cultura escolar se dá por meio das atividades extraclasse.
     O contexto da escrita do texto de Candau reflete um período em que a agenda era composta pelas mobilizações e pela necessidade de reconhecer as questões da identidade, igualdade e diferenças era um desafio para inserção no currículo educacional, tanto pela sociedade, quanto por resistência da própria instituição, dos docentes etc.
     Hoje avançamos muito neste sentido, haja visto as inúmeras políticas de ações afirmativas visando o acesso de todos à educação, principalmente a superior, que antes era habitada por um público seleto e que tinha condições financeiras, mesmo que existissem algumas bolsas que eram de acesso a poucos.
    O próprio currículos das escolas e IES , construídos coletivamente, pautados em muita mobilização e lutas de origem social, possibilitaram o trabalho e o reconhecimento da diversidade que habita o nosso país.
    O Plano Nacional de Educação (Lei 13.005/2014), os Planos Estaduais e Municipais, pautam políticas de governo que visam o desenvolvimento educacional do país, em termos de qualidade, equidade e condições em todos os Estados. Representam uma conquista, uma vez que tratam de políticas construídas com participação social.

      Resta ainda a transposição das práticas do velho e tradicional modelo escolar que ainda insistem em permanecer no cotidiano escolar e das IES.
Referências:
CANDAU, Vera Maria Ferrão. Sociedade, cotidiano escolar e cultura(s): uma aproximação.
NOÉ, Alberto. A relação Educação e Sociedade: os fatores sociais que intervém no processo educativo.

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