quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Refletindo sobre possibilidades de trabalho sobre Multiplicação e Divisão na Alfabetização


Fonte:http://www.wscom.com.br/arqs/noticias/original/201409231001050000003599.jpg

         A compreensão da multiplicação e da divisão costuma ser muito complexa e por vezes traumática aos alunos. Principalmente, porque ainda se insiste que o ensino da multiplicação ocorra da forma tradicional por meio da decoreba das benditas tabuadas e, posteriormente, com a “falsa” ideia de que os alunos sabem (ou melhor, decoraram) a tabuada, passa-se ao ensino da divisão.
Ora, como professor com primeira formação na área de exatas (Física), percebo a importância que o material concreto tem na construção do pensamento matemático pelo aluno. O jogo também é um recurso importante neste processo.
Como professor alfabetizador do 1º Ano do Ensino Fundamental, pauto minha prática na utilização de recursos e materiais concretos. Primeiro, porque são palpáveis, através do contato com eles os alunos interagem, o que facilita a aprendizagem dos conceitos matemáticos. Segundo, porque com a interação com os objetos concretos, há um sentido na ação para os alunos, o que desperta a curiosidade, o raciocínio e resulta na aprendizagem.
Para trabalho com a noção da multiplicação, realizei algumas atividades com meus alunos, que têm faixa etária variando de 6 a 7 anos de idade. A primeira atividade que realizei, foi utilizando o uniforme da escola. A escola onde atuo adota uniforme escolar, que é composto por diversas peças: calça, bermuda, camiseta manga curta, camiseta manga longa e casaco. Levei estas peças para a sala de aula e pedi que cada um dos meus alunos as organizasse da forma que acha possível. Em seguida, que registrassem através de um desenho. Ao final, cada aluno apresentou aos colegas, realizamos a comparação e análise sobre as diversas possibilidades de combinação.
Outra atividade que realizamos em sala de aula, dentro do projeto de alimentação, foi que levei os alunos ao refeitório da escola. Lá havia pães diversos (sanduíche, francesa, integral), recheios (queijo, presunto, salame, lingüiça) e verduras (tomate, cenoura, alface). Cada um dos alunos montou o sanduíche que tinha vontade de comer; e, seguida, pedi que comparassem com um colega; cada aluno teve de mostrar e explicar o que utilizou para montar seu sanduíche. Após, cada aluno comeu seu sanduíche. Ao retornar a sala de aula, pedi que registrassem através de desenho a combinação no seu sanduíche.
Quanto à divisão, na sala de aula possuo muitos jogos, entre eles, existe um formado com diversas de peças diversas de montar e encaixar. Distribui os alunos em duplas e pedi que cada dupla fosse pegando, uma a uma, uma peça, até não sobrarem mais peças. A regra era que ao final todos os grupos tivessem a mesma quantidade de peças. Desta forma, distribuídas as peças, sobraram 4; questionei o que faríamos, já que todos os grupos deveriam ter as mesmas quantidades. Em seguida, deveriam informar quantas peças cada dupla possuía e utilizassem para montar algum objeto ou algo que fosse possível.
Outras possibilidades que utilizo, também, são na realização de jogos, quando estabeleço a quantidade de alunos por grupo; então, deixo os alunos se organizarem e formarem os grupos, sempre questionando os critérios utilizados.
Enfim, minha preocupação com os alunos do 1º Ano sempre é a da utilização de materiais concretos ou de jogos, porque dão sentido e significado para as ações, além de serem importantes para a construção do conhecimento, do pensamento matemático.
Enfim, são inúmeras as possibilidades de intervenção e de utilização de aspectos do cotidiano escolar dos alunos como pressuposto e subsídios para a construção do pensamento matemática. Acredito que a grande preocupação do professor, principalmente nos Anos Iniciais, deva ser a reflexão sobre sua prática docente para a construção dos conceitos matemáticos, sendo fundamental a utilização do concreto e dos jogos neste processo.

Quando os alunos interagem com materiais concretos e entre si, a aprendizagem passa a ter significado, contextualização, sentido; desta forma, a construção do pensamento lógico-matemático passa a ser possível para todos os alunos da turma, pois não exige memorização, resposta prontas, nem decorebas; dar sentido a ação docente é fundamental neste processo.

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