domingo, 28 de maio de 2017

As políticas sociais em tempos de redefinição do papel do Estado

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     Muitos avanços foram obtidos pela sociedade nos últimos anos, no que diz respeito à abertura política e a maior participação social na tomada das decisões.
     Como vivemos num sistema capitalista excludente, onde o objetivo principal é atender o mercado e obter o lucro, de tempos em tempos observamos que surgem várias crises. Como Peroni chama as várias crises do capitalismo.
      Cada vez mais observamos o discurso que o Estado, em crise, deve diminuir o seu tamanho e sua atuação social, uma vez que as políticas públicas sociais e os servidores públicos são vistos, no capitalismo, como os principais motivadores da crise do Estado.
    Neste contexto, influenciados pela lógica do mercado e pelo setor privado, o Estado tende a diminuir o seu papel repassando para a sociedade e para a iniciativa privada a execução e a responsabilidades pelas políticas sociais. Como Peroni explica, embora continue sendo em parte o financiador, o Estado tem o novo papel de avaliador das políticas que passam a ser desenvolvidas, retirando-se do papel de executor. Isso ocorre também porque para a lógica do mercado e privado, na sociedade capitalista, muita democracia oriunda de pressões ou mobilizações sociais, torna o Estado pesado e gera sua crise.
   Esta lógica de diminuição do Estado como executor das políticas sociais, através da reforma do Estado repassando para o setor privado, é guiada pelas ideias da lógica do mercado para torna-lo mais eficiente e produtivo, com a grande influência de organismos internacionais, com grande destaque para o Banco Mundial.
     Neste sentido, a Gestão Democrática (GD) da educação também passa por mudanças. A própria meta 19 do Plano Nacional de Educação sofreu alterações quando de sua aprovação, que representaram perdas significativas para a sociedade civil.  A GF passa defendida por Peroni passa pelas ideias de autonomia da escola, eleição de diretores e atuação do Conselho Escolar, passa ser meta do PNE no sentido de valorização da eficácia e meritocracia.
     Em síntese, a atual crise que vivenciamos no Brasil, com a diminuição dos direitos sociais e a diminuição do papel do Estado na execução e financiamento das políticas, representa um retrocesso cujos impactos terão efeito por muitos anos, tornando longo o caminho para atingirmos uma educação pública com qualidade social.

Referência:
PERONI, Vera Maria Vidal. Políticas Públicas e Gestão da Educação em tempos de redefinição do papel do Estado. ANPEDSUL 2008.

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Políticas Educacionais: garantia de uma Educação com qualidade social

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     As Políticas Públicas representam construções que visam atender as necessidades gerais da população ou objetivos comuns. São imprescindíveis para a melhoria das condições de vida,  igualdade e promoção da dignidade humana.
       As Políticas Educacionais dizem respeito ao conjunto de textos legais (Leis, Decretos, Portarias etc.) que regulamentam a Educação num país. Elas são fundamentais para a garantia de uma Educação com qualidade social.
   O grande desafio posto nestas políticas é o rompimento de sua descontinuidade, ou seja, a maioria delas tem um prazo de validade que geralmente coincide com o período de gestão de um determinado governo. Quando há troca do gestor, é comum observamos a ruptura com a maioria (ou quase todas) as políticas que vinham em curso. Dizemos, neste caso, que elas são POLÍTICAS DE GOVERNO.
    Muito veem se discutindo e apontando para a necessidade do estabelecimento de POLÍTICAS DE ESTADO, ou seja, aquelas que possuem a garantia de continuidade mesmo que haja mudança de governo (aqui entendida como troca do gestor ou partido que está no poder). Elas asseguram o percurso que vinha sendo trilhado e possibilitam a garantia de que realmente possa haver a mudança tão desejada da realidade.
       No Brasil ainda estamos no processo de construção e de implementação destas Políticas Educacionais de Estado, já que ainda permanecem algumas descontinuidades. Embora já tenhamos avançado muito, há um longo caminho a ser percorrido, com mudanças de pensamento e de práticas dos gestores e a participação efetiva da sociedade civil no sentido de fazer cumprirem as políticas que realmente estejam dando resultado ou mostrando que num futuro próximo é possível melhorar a situação do país, já que em Educação nenhuma mudança ocorre de uma hora para outra. 

domingo, 21 de maio de 2017

Trabalhando com projetos de aprendizagem em sala de aula: algumas reflexões

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       A ênfase do Projeto de Aprendizagem se dá na autonomia dos alunos e no processo de pesquisa. A aprendizagem por projeto é diferente de ensino por projeto. Ensino pressupõem transmissão do conhecimento, enquanto que a aprendizagem implica em movimento, participação, compartilhamento de experiências, saberes, aprendizagem como processo de busca de respostas.
      Rubem Alves destaca que os professores devem ser os mediadores neste processo de construção do conhecimento em sala de aula, encorajando os alunos a buscarem, serem questionadores, terem prazer de aprender e saber por que e para que servem o que estão aprendendo, formando assim cidadãos conscientes.
      Esta passagem do papel de transmissor para mediador do conhecimento enriquece o papel do professor, uma vez que os alunos têm participação ativa na pesquisa, discussão e troca de ideias; o aprendizado é compartilhado.
     Exige um planejamento dos objetivos que se pretendem atingir, como e com que estratégias, exigindo esforços compartilhados.
     Quando faz sentido é mais prazeroso e fácil para aprender. Devemos, enquanto docentes, ser sempre mediadores da aprendizagem: estimular/provocar os alunos, vincular ao seu cotidiano para que entendam que tudo tem um significado. É importante que estejamos atentos para analisar e refletir sobre o nosso aluno e o ambiente em que ele está inserido para interferirmos, questioná-los e consequentemente, conduzirmos a pesquisa que está sendo feita.
        Com isso, permite-lhe a interação e a autonomia e possibilita a capacidade de pensar e de construir o seu saber a partir da reflexão sobre a prática.
      Há diferentes maneiras de trabalhar com os alunos e produzir conhecimento: debate, estudo, experimentação, jogos, material concreto, tecnologias, trabalho com projetos de aprendizagem, sempre partindo da curiosidade.
    Desta forma, observa-se que a motivação e interesse dos alunos nos projetos desenvolvidos vai além do que o trabalho que normalmente desenvolvemos em sala de aula. Como os temas surgem a partir de interesses dos próprios alunos, percebe-se que a aula passa a ter mais sentido, significado. A vontade de aprender, de colaborar, de buscar fonte para que se possa trabalhar com o tema do projeto, demonstra claramente uma nova significação do aprender.
      É possível desenvolver o PA em diferentes turmas e idades, respeitando o tempo e espaço de cada aluno. Claro que gera um trabalho um pouco maior para o professor, pois não existe uma cronologia ou etapa rígidas, à medida que o trabalho vai sendo desenvolvido é que as interlocuções vão acontecendo.



terça-feira, 16 de maio de 2017

Refletindo sobre a LDB e a Educação no Brasil

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     Vivemos tempos muitos obscuros no nosso país. Mudanças estruturais tem sido realizadas por um governo que se usurpou do poder há um ano e desde então vem promovendo um desmonte das principais políticas públicas que vinham sendo desenvolvidas no país, sob o discurso da redução das despesas e defendendo o Estado mínimo.
   Ora, a Educação é uma das principais prejudicadas neste processo de esvaziamento das políticas e de redução dos recursos. A aprovação da PEC 241 que hoje já é lei é uma afronta ao Plano Nacional de Educação (2014/2024) porque inviabiliza suas metas e estratégias.
    A legislação educacional também está abalada com estas mudanças que estão sendo realizadas em nome de racionalização burocratizante. A reforma do Ensino Médio e a redução do financiamento da Educação para os próximos anos desmonta o discurso da busca de uma educação pública de qualidade social.

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     A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB - Lei 9.394/96), mesmo não tendo sido a proposta e construída com participação social, está aí e traz importantes avanços para a Educação no país, normatizando os princípios e funcionamento de nossa educação.
    O professor Carlos Roberto Jamir Cury, em palestra proferida na aula inaugural da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul afirmou que "Mexer na LDB é abrir o campo para novos retrocessos".
   Ora, entendo que não serão abertos novos retrocessos, mas MAIS RETROCESSOS, pois as práticas governamentais atualmente estão caminhando neste sentido, o que invariavelmente resultará num estrago profundo na Educação do país, que embora de forma paulatina vinha melhorando, ao contrário passará a retroceder.
      Mas concordo com Cury que no atual contexto do Brasil e da composição do Poder Legislativo Federal, seria um grande retrocesso qualquer alteração ou discussão de possíveis mudanças na LDB.
     Assistimos a políticos extremistas de direita e com ideias de diminuição do Estado e suas responsabilidades, corte do financiamento da Educação, entre outros aspectos.
     Uma possível alteração ou mudança exigiria uma mobilização da sociedade civil que participasse ativamente dos processos de mobilização, discussão e formulação de uma agenda e defesa no campo das ideias. 
    Mas o contexto atual prova que não se ouvem os anseios da população, tampouco existe a abertura para inserir a participação social nas discussões.
     Entendo que corremos o risco de voltar a um processo de elitização, onde esta pequena parcela da população terá acesso a uma boa educação e de qualidade, enquanto que a maioria do povo ficará à margem, com um ensino precarizado.

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Aprimorando o hábito de escrever

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A autoria na produção textual é um processo, na minha opinião. Ela decorre da construção do conhecimento. Ela não é tão simples, requer dedicação, concentração e apropriação sobre determinado assunto.
Normalmente estamos habituados a dissertar sobre determinado assunto partindo de leituras prévias ou fazendo uso de pesquisas/conhecimentos de autores de renome ou que estão apropriados sobre o que estamos pesquisando. Isso não significado menosprezar as fontes de pesquisa e recursos bibliográficos que estão à nossa disposição e que são frutos de fontes confiáveis de produção do conhecimento; pelo contrário, por vezes torna-se mais rápido e fácil ao abordarmos algo nos fazermos de experiências e ideias de outros autores.
Porém, no universo acadêmico e ao longo de nossa formação intelectual, é fundamental que desenvolvamos a autoria na produção textual. Ela decorre de muito estudo, leitura e pesquisa, cruzando dados e informações e atualizando-nos constantemente.
Só desenvolvemos a autoria praticando-a; desta forma, é fundamental que estejamos exercitando nossa autoria permanentemente; ela é um processo em construção. Pode não ser simples no início, mas à medida que vamos praticando ela se torna um exercício de reflexão.
O referencial teórico, formado pelo conjunto de bibliografia que tomamos como suporte para este exercício é fundamental para o desenvolvimento de nossa autoria de escrita acadêmica. Servem na maioria das vezes como ponto de partida de nosso trabalho, constituindo-se como base de nossa pesquisa inicial ou até mesmo como reafirmação de nossos resultados ou produtos da pesquisa, que implicam na produção intelectual através da escrita acadêmica.
       A proposta de analisar a qualificação das postagens de um colega, mais as suas próprias postagens realizadas nos respectivos blog, possibilita a ampliação dos horizontes da escrita acadêmica e o aperfeiçoamento desta habilidade de escrever.

domingo, 7 de maio de 2017

O estresse na vida do docente

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     O estresse atualmente é considerado uma epidemia do milênio, face ao alto e crescente índice de pessoas que têm sido acometidas por esta doença. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o estresse atinja 90% da população mundial. No Brasil 70% da população sofre deste mal, sendo que deste, 30% chegam a ter níveis muito elevados.
    Embora em nosso país o índice se pessoas estressadas venha aumentando, grande parte dos afetados não tem conhecimento ou não reconhecem os sintomas iniciais desta doença, o que muitas vezes acaba sendo diagnosticado quando afeta seu modo de viver ou com o aparecimento de sintomas graves. Isso acontece, porque nem sempre se percebem facilmente os sintomas.
    O termo estresse foi emprestado da Física, ciência que o designa como a tensão e desgaste ao qual estão submetidos os materiais. Este termo foi empregado primeiramente pelo médico Hans Selye, em 1936, na revista científica Nature.
    Selye designou como estresse, agaste ou consumição, de forma neutra, tendo se referido a uma reação não específica do corpo
    A palavra estresse está associada ao nervosismo, a ansiedade, apreensão etc. Segundo especialistas, este termo é impreciso e possui várias interpretações. A psicóloga Magna Rosane da Cruz, explica que mesmo que ele se refira a um evento em particular, em Psicologia [...] ele é entendido como uma interação entre o evento estressante originado no meio e o indivíduo. Resulta de um desgaste físico e mental.
    Pode ser caracterizado através de sensações de medo, irritação, preocupação, indignação, nervosismo, desconforto, frustração, sendo que sua motivação pode resultar de vários fatores ou até mesmo ter sua causa desconhecida.
     A profissão docente é marcada, na maioria das situações, por jornada dupla de trabalho, além da rotina familiar e, ainda, a formação inicial ou continuada.
     Além da docência em sala de aula, o trabalho docente é marcado por grande nível de burocracias, exigências e cobranças que resultam numa sobrecarga de trabalho.
   É fundamental que se busque espaço para viver e fazer atividades que proporcionem bem-estar e satisfação, além de estabelecer uma agenda que permita o descanso e o convívio com pessoas, a prática de exercícios, etc. 
    Como educador já fui afetado em várias ocasiões pelo estresse, que refletiu negativamente em minha vida pessoal e profissional. Tendo percebido, busquei mudanças na minha rotina de vida primando por qualidade, sem deixar de realizar as tarefas necessárias à minha função, mas aprendendo a usufruir melhor do tempo e conciliar as atividades em minha vida.

Fontes:
TRIBUNA DO PARANÁ. Segundo OMS, 90% da população mundial sofre com o estresse. Disponível em: < http://www.tribunapr.com.br/arquivo/vida-saude/segundo-oms-90-da-populacao-mundial-sofre-com-estresse/>. Acesso em: abril 2017.

terça-feira, 2 de maio de 2017

O aluno como protagonista da aprendizagem

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     O aluno que temos hoje em nossa escola está imerso numa sociedade cujo conhecimento e informação proporcionam o acesso simultânea a muitas informações e interações, seja presencialmente ou virtualmente.
    A escola, formada no século passado, carece de mudar suas concepções e práticas visando interagir com este novo aluno que faz parte de uma nova realidade. Esta interação é uma possibilidade maior de aprendizagem e construção do conhecimento.
     Aliás, esta construção pode resultar de colaboração.
   Nós professores, devemos olhar sobre nossas práticas e refletir sobre os modelos que adotamos para ensinar - quando conseguimos - o conteúdo ao invés de priorizar o desenvolvimento de competências e habilidades que serão importantes para a vida nesta nova sociedade.
   Tardif (2010) destaca ideia amplamente defendida por Alarcão (2010), a questão do “professor como profissional reflexivo”. Seja nos aspectos de sua formação ou em sua prática cotidiana, é fundamental que haja o trabalho em colaboração, pois ninguém consegue agir de forma isolada e aprendemos continuamente, principalmente através da interação com nossos pares. Todo este processo de reflexão contribui para o desenvolvimento da identidade profissional docente, como aponta Alarcão (2010).
    Confesso que refletindo sobre minha prática profissional docente muitas vezes presa ao desenvolvimento de conteúdos que compõem uma estrutura curricular arraigada e tradicional.
     Com as reflexões e aprendizagens do PEAD, minha prática está buscando a autonomia dos meus alunos e seu protagonismo, através da interação contínua, explorando para os ambientes além da sala de aula e dos muros escolares.
Aprendizagem é movimento. 

Fontes:
ALARCAO, Isabel. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. 7ª ed. São Paulo: Cortez, 2010, p. 43-63.
TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. 11ª ed. Petrópolis (RJ): Vozes, 2010.