Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/1650310/
A educação e a escola sempre refletem a organização social a qual estão inseridas. Desta forma, mudanças na organização social afetarão diretamente a organização escolar. Os impactos reais sobre a escola também dependerão da organização política da sociedade.
Neste sentido, historicamente percebemos que a fragmentação dos processos de produção resultou numa escola fragmentada, que de certa forma ainda está presente no nosso cotidiano. Organizada em turmas, regidas por disciplinas, que visavam transferir a maior quantidade possível de saberes prontos, numa dinâmica de cópia e repetição, que não possuíam muito significado na vida dos estudantes, nem dos docentes. Resultava em saberes que não estavam à disposição de todos. Nem todos conseguiam aprender e ter sucesso escolar. Só os "melhores alunos", com os "melhores resultados", estavam aptos para a formação e preparados para o mercado de trabalho, nos melhores postos, na concepção desta época. A grande maioria ficava na massa trabalhadora, submetida a baixos salários e condições de trabalho e vida social.
Com o passar dos anos, com o desenvolvimento da economia e a mudança no mercado de trabalho e na organização social, as regras de certa forma se modificaram, também resultando na mudança da organização escolar. As tecnologias e seu avanço tiveram grande responsabilidade nesta transição ocorrida. Visando aumentar a competitividade, surgiu a necessidade de melhorar a mão-de-obra para o mercado de trabalho, nas instituições escolares, para que não houvesse a necessidade das empresas assumirem esta função.
A competição passa a ser o mote da sociedade, onde quem tiver mais competências e dominar mais funções, tem garantido melhores postos de trabalho e premiação por resultados, resultando em prêmios e incentivos econômicos. Passou-se a valorizar o trabalho em equipe como forma de contribuir para o desenvolvimento da empresa e da sociedade, desde o planejamento até a execução. Além disso, o aperfeiçoamento constante e a qualificação garantem a polivalência e a multifuncionalidade.
Esta forma de organização reflete também na escola, que passa a ter de repensar sua prática, visando à formação de sujeitos que saibam atuar em equipe e estejam preparados para o uso das tecnologias e os constantes desafios da sociedade e do mercado de trabalho, que mudam muito.
Parece que as políticas passaram a buscar a melhoria da qualidade educacional, por meio das reformas educacionais. Passa-se a apontar a necessidade do compromisso dos professores para o sucesso na implementação destas políticas.
Novos conceitos passam a integrar o cotidiano das escolas.Mas Santomé alerta que podem ter seus objetivos considerados dúbios: ao mesmo tempo em que apontam para a melhoria da qualidade educacional são orquestrados pelo mercado de trabalho e pela sociedade do conhecimento e da informação.
Referências:
JAPIASSU, Hilton. A questão da
interdisciplinaridade. Revista Paixão de
Aprender. Secretaria Municipal de Educação, novembro, n°8, p. 48-55, 1994.
SANTOMÉ, Jurjo Torres. Globalização e Interdisciplinaridade: o currículo integrado.
Diego, tua postagem apresenta um debate extremamente importante e com ótimas reflexões.
ResponderExcluirPrecisamos avançar na compreensão do nosso papel social e da nossa responsabilidade nos processos de transformação na sociedade, em especial, na Educação.
Importante sempre utilizar o referencial teórico ao longo do teu texto, embasando as tuas reflexões.
Att, Katielle de Oliveira
Tutora de Seminário Integrador