segunda-feira, 31 de outubro de 2016

A importância da investigação e da experimentação na aprendizagem dos alunos

Foto 1: experimentando em sala de aula


O ser humano por natureza é curiosidade. E graças a esta curiosidade e a sua capacidade de criação, avançamos muito e diariamente surgem novas criações.
A criança, por ser vez, aprende a partir da curiosidade. Aprende brincando, aprende experimentando, vivenciando.
A sala de aula precisa ser um espaço de vivências, de experimentação, onde o aluno seja instigado a procurar e o professor um mediador do conhecimento.
Esta é uma proposta que estamos desenvolvendo no Seminário Integrador IV do Pead.
Neste sentido, como professor alfabetizador, desenvolvi um projeto a partir de uma pergunta surgida em sala de aula. Estávamos desenvolvendo um projeto sobre a luz. Tudo partiu do ponto que em nosso Município há problemas constantes de falta de luz (energia elétrica) que afeta toda a cidade, principalmente o interior. Partindo de uma pergunta dos alunos por que a falta recorrente da energia elétrica, desenvolvemos o projeto sobre a luz.
Foram realizadas várias atividades até a proposta de um experimento. Embora seja uma turma de 1º ano do Ensino Fundamental e o experimento mostre na prática o fenômeno físico da Refração da luz, não empreguei este conceito, tampouco preocupei em explorar, face à faixa etária dos alunos e por ser um conceito mais complexo, mas a ênfase se deu na importância da luz e sua influência em nossa vida e em fenômenos do cotidiano.
foto 2 - experimento sobre refração da luz (adaptado à faixa etária)

Dentro do contexto do projeto sobre a luz e sua importância, fui questionando os alunos sobre por que ela é importante em nossa vida (seja na forma de energia elétrica), seja para enxergamos objetos, nos localizarmos. Lembrando-os sobre o que havíamos aprendido, aproveitei para relacionar com o experimento que estávamos realizando naquele momento e o que eles achavam que poderia ter causado aquela coisa (forma a que se referiam aquele fenômeno que estavam presenciando e que inclusive foram experimentando, um a um).
A maioria dos alunos sugeriu que a água fosse a responsável por aquele fenômeno. Então complementei, dentro de sua compreensão, que a luz influencia o fenômeno, tem a ver como ela incide num lugar e sua relação com o meio. Utilizei uma linguagem acessível à faixa etária visando que tivessem uma compreensão do que estavam experimentando e compreendem a influência da luz e sua propagação.
Os alunos ficaram muito instigados com a realização deste experimento. Tiravam e mergulhavam os lápis repetidamente no copo com água e pareciam não acreditar no que estava acontecendo. De início alguns acharam que o lápis era "mágico", porém quando testaram com os demais perceberam que isso acontecia com qualquer lápis que fosse colocado ali.   Foi uma atividade que gostaram muito de fazer e com certeza resultou de aprendizagem significativa para cada um deles, dentro da compreensão da faixa etária dos 6/7 anos. 
Esta atividade permite aos alunos uma boa reflexão a partir de um experimento simples, porém de grande valor para os alunos em sala de aula, porque instiga sua curiosidade, faz com que eles criem hipóteses, relacionem a aprendizagens já consolidadas e desenvolvam o exercício da experimentação. A curiosidade é o alimento para uma boa prática e aprendizagem significativa em sala de aula.

domingo, 23 de outubro de 2016

Refletindo sobre o tempo e suas implicações no espaço escolar

fonte: http://acervo.novaescola.org.br/img/politicas-publicas/mais-tempo-escola.jpg


Na atualidade, vivemos diariamente parece que correndo contra o tempo. Acumulamos responsabilidades, duplicamos jornadas de trabalho, assumimos muitas coisas ao mesmo tempo. Parece que os dias estão cada vez mais curtos e que o tempo passa muito rápido.
E ele passa mesmo!
Quantas vezes não pensamos que o dia poderia ter mais horas para darmos conta de mais atividades ou de melhor qualidade de vida.
Oliveira (et al.) destacam que essa sucessão de tempo, dividida em dias, meses e anos, reflete diariamente na escola e no seu cotidiano. Turmas divididas em séries/anos, alunos distribuídos em classes mais ou menos homogeneizadas, como se todos estivessem num mesmo nível de aprendizagem, como se todos aprendessem de forma semelhante, no mesmo ritmo, cujo resultado final do processo resulta em aprovação/reprovação.
Segundo as autoras, para o(a) professo(a) o tempo de sala de aula passa a ser um tempo de preenchimento de carga horária, delimitado pelo sinal (tempo de entrada/saída), numa sucessão de dias que formam o chamado ano letivo. Neste tempo, o professor dá sua aula, ao mesmo tempo que precisa dar conta do conteúdo, da burocracia imposta pelos sistemas educacionais.
Este espaço de tempo em sala de aula parece ser destinado exclusivamente a transmissão de conteúdos para resultar na aprendizagem dos alunos, cujo resultado final será uma classificação (aprovado/reprovado).
O tempo escolar passa a ser homogeneizado para todos, como se as não houvessem diferenças, sabendo que todos aprendemos de maneiras e ritmo diferentes.
E o que falar sobre o espaço do debate, da troca de ideias, da organização da escola, dos seus desafios, da sua realidade, entre os pares e com a comunidade escolar? Parece que não há (e realmente o tempo é quase mínimo, quando há).
Resta o desafio de repensar o tempo no espaço escolar para que ele realmente se transforme de um espaço ativo de discussões, fazendo valer seu papel dentro do princípio democrática da escola de qualidade social.

Referência

OLIVEIRA, Cristiane et al. Questões sobre o tempo no espaço escolar. Disponível em: <http://www.ufjf.br/espacoeducacao/files/2009/11/cc07_1.pdf> Acesso em 22 out. 2016.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Aprendendo Matemática em sala de aula: além do quadro negro

http://www.grupoescolar.com/a/b/873F5.gif
fonte: https://www.google.com.br/imgres?imgurl=http%3A%2F%2Fwww.grupoescolar.com%2Fa%2Fb%2F873F5.gif&imgrefurl=http%3A%2F%2Fwww.grupoescolar.com%2Fpesquisa%2Fensino-da-matematica.html&docid=jzxExmm8rawO6M&tbnid=iTxTdQixiSda3M%3A&w=346&h=246&hl=pt-BR&bih=804&biw=1600&ved=0ahUKEwjdptGSt-rPAhWMeD4KHYNoDscQMwg1KAQwBA&iact=mrc&uact=8


Aprender Matemática muitas vezes não é nada agradável, tampouco acessível para a maioria dos alunos. É necessária uma abstração para compreensão da aprendizagem Matemática.
Recordo que enquanto aluno da escola sempre gostei muito da disciplina, mas as aulas eram tradicionais, com exposição oral do professor no quadro negro, resolução de exercícios, provas e trabalhos.
A primeira experiência prática para oportunizar aprendizagem matemática se deu quando eu cursava o curso Normal de Nível Médio, em formação para ser docente, com uso de metodologias diversas, materiais concretos, entre outros.
Já enquanto professor participei de cursos de formação continuada com atividades práticas e formação para a aprendizagem dos conceitos matemáticos.
A Matemática ainda é um bicho-papão para grande parte dos alunos, que não vêem sentido no que estão aprendendo (ou tentando aprender), o que na maioria das vezes gera um impacto que contribui para o bloqueio na compreensão e posteriormente, não resulta em aprendizagem.
Lourenço, Baiochi e Teixeira (2012) sustentadas na teoria de Constance Kamii, alertam que muitas vezes os alunos aprendem de maneira mecânica, decorando sequências, mas não constroem conceitos. Para que isso não ocorra, reiteram a importância da utilização de material concreto durante o processo de ensino-aprendizagem.
Sempre que trabalho com atividades práticas procuro construir, sempre que possível, os materiais com os alunos em sala de aula, nos Anos Iniciais, porque entendo que participando da confecção os educandos dão sentido ao que estão fazendo. Também deixo que manuseiem livremente para conhecer, explorar, identificar e se familiarizar com os materiais, questionando-os para que pensem, criem hipóteses, pensem.
Lourenço, Baiochi e Teixeira, reiteram que a alfabetização matemática pode ocorrer juntamente com o processo de ler e escrever. As autoras apontam ainda que alfabetizar matematicamente é construir na criança a percepção de quantidade e símbolo.

Não é fácil o planejamento e execução de aulas e atividades práticas que favorecem a construção e desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático, mas o professor enquanto aprendiz e em constante formação tem o desafio de repensar sua prática docente, criar na sala de aula um ambiente estimulador e facilitador de aprendizagens e trocas contínuas.

Referência
LOURENÇO, Edvâniia Mª da Silva; BAIOCHI, Vivian Tammy; TEIXEIRA, Alessandra Carvalho. Alfabetização Matemática nas Séries Inicias: O que fazer? Como fazer? In: Revista da Universidade Ibirapuera. São Paulo, v.4, p.32-29, jul/dez 2012.

domingo, 16 de outubro de 2016

Autodesafio: a tecnologia como recurso para alfabetização e o letramento


Legenda: utilização de netbooks em sala de aula

Vivemos um período de rápidas transformações, marcado pelo surgimento de novas tecnologias, que automaticamente passam a ficar inseridas em nosso cotidiano.
A escola não pode ficar por fora destas inovações, tampouco continuar com o modelo tradicional de ensino-aprendizagem. Deve reinventar sua prática, visando aliar tecnologia e aprendizagem.
O uso das tecnologias em sala de aula possibilita criar um ambiente agradável, desafiante e motivador para professor e alunos.
Sabemos que nem todas as escolas dispõem de tecnologias e inclusive de internet; porém, boa parte delas possui.
Na escola onde sou docente recebemos do Governo do Estado netbooks em grande número, como recursos para uso com os alunos.
Porém, tudo o que é novo ainda causa certo receio; vejo que muitos professores ainda não utilizam os nets em sala de aula, seja por desconhecimento de seu funcionamento, falta de formação, dificuldades em planejar aulas com o seu uso e falta de tempo (planejamento) que é fundamental para organização do trabalho. Também passo por algumas destas dificuldades e mesmo não tendo recebido formação, passei a explorar os recursos dos nets para uso com meus alunos.
Como professor alfabetizador percebi uma variedade de recursos que os nets trazem para a alfabetização e alfabetização digital dos educandos.
Primeiro, eles adoram explorar e utilizar as tecnologias, já que muitos inclusive possuem um celular com muitos recursos disponíveis.
Segundo, porque os nets dispõe de recursos importantes que servem para prática em sala de aula no processo de alfabetização dos alunos (leitura, escrita, matemática).
Permanece o desafio do uso e aproveitamento da tecnologia em sala de aula, repensando minha prática docente e proporcionando aprendizagem significativa para meus alunos.

domingo, 9 de outubro de 2016

Geografia: compreendendo e situando-se no mundo

fonte: http://geografia.uol.com.br/geografia/mapas-demografia/33/imagens/i227820.jpg



Sempre fui apaixonado pela Geografia. Conhecer o mundo sempre me fascinou....
Enquanto aluno do Ensino Fundamental, embora num ensino tradicional da Geografia, sempre me dediquei muito e estudava para ser um bom aluno. Meus professores liam os capítulos conosco, passam exercícios, corrigiam, faziam provas, trabalhos e trabalhavam muito com mapas. Não me lembro de ter construído sequer uma maquete ou ter feito uma saída de campo. Mesmo assim, sempre gostei de Geografia, a tal ponto que quase acabei cursando esta licenciatura, a qual admiro até hoje.
Enquanto professor dos Anos Iniciais, procuro explorar o ensino de Geografia utilizando de variados recursos, para situar meus alunos no espaço, para que eles se localizem e compreendam o mundo e, acima de tudo, gostem de Geografia.
Castrogiovanni e Costella apontam que “o aluno competente em geografia estabelece relações entre os elementos geográficos que compõem o espaço e é, a partir desta relação, que se posiciona frente aos desafios da sociedade da informação” (pág. 15).
Assim sendo, apontam o ensino da Geografia e principalmente da Cartografia como possibilidades inclusive na Educação Infantil e nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Enfatizam que a Geografia ensina a ler o mundo e é fundamental o letramento espacial nos alunos.
Segundo os autores, é necessário novas leituras e um novo caminho para o ensino-aprendizagem da Geografia, porque existe uma fragilidade entre o que o professor aprende durante sua formação e o que ensina na escola.
A Cartografia permite um trabalho muito rico em sala de aula estabelecendo referência, lateralidade, percepção de imagens de diversos pontos de vista, relações de distância, ordenamento de pontos de referência, desenvolvendo a capacidade da conservação do conhecimento.
É imprescindível o processo de revisão da prática pedagógica do professor, explorando as possibilidades de um novo ensino-aprendizagem da Geografia, ampliando possibilidades, desenvolvendo novas habilidades.

Referências
CASTROGIOVANNI, Antonio; COSTELLA, Roselane. Geografia e a cartografia escolar no ensino básico: uma relação complexa - percursos e possibilidades. In: SEBASTIÁ, Rafael; TONDA, Emilia. La investigación e innovación en la enseñanza de la Geografía. Alicante: UNE, 2016, p.15-26.

Ensino-aprendizagem de História: a pesquisa como possibilidade

fonte: http://image.slidesharecdn.com/achargenoensinodehistria-150827181723-lva1-app6892/95/a-charge-no-ensino-de-histria-1-638.jpg?cb=1440699643

Refletindo sobre o ensino de História vem à mente alguns aspectos que nos fazem refletir. Lembro-me, com mais vigor, de minha trajetória enquanto estudante de 5ª à 8ª série do Ensino Fundamental.
Até a 7ª série lembro que usávamos um livro didático. Na sala de aula líamos os textos, a professora explicava, fazíamos uma lista de exercícios diversos e, em seguida, era o dia marcado para a prova. Lembro-me que estudava, no estilo mais decoreba, do que de entendimento, embora gostasse de estudar História. As minhas professoras nesta etapa não eram habilitadas especificamente neste área, o que pode explicar o modelo de ensino baseado em leitura, decoreba e avaliações com ênfase em provas e alguns trabalhos.
Já na 8ª série tive a oportunidade de ter aulas com uma professora licenciada em História, que tinha prazer em explicar, sabia cativar e nos encantar pelo estudo desta disciplina. Embora o sistema de avaliação fosse o mesmo dos demais, via como um diferencial suas aulas.
Exatamente sobre esse ensino de História que Elza Nadai aponta o esgotamento atual deste modelo. Ela aponta uma relação negativa com os alunos, que não gostam de estudar a História, em função deste modelo baseado na decoreba, no ensino tradicional, como se o conhecimento estivesse pronto e acabado. Pode-se dizer, que a partir da década de 90, segundo Nadai, o ensino da História viveu uma conjuntura de crise.
Entendo que nesta questão residem aspectos fundamentais: a formação do professor e a mudança da prática pedagógica em sala de aula.
Os cursos de formação docente precisam repensar o professor que estão formando, o modelo de formação e pautar na formação de um docente criativo, dinâmico e que instigue seus alunos. O desafio do professor é repensar sua prática, investir no ensino com ênfase na pesquisa, empregando projetos de aprendizagem, onde o papel de investigador seja desempenhado pelo aluno. O docente passa a ser um mediador e o aluno o sujeito que busca, pesquisa, aprende.

Referência:
NADAI, Elza. O ensino de história no Brasil: trajetória e perspectiva. Revista Brasileira de História. São Paulo, v.13, n.25/26, p.143-162, set.92/ago.93.