quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Revisitando postagem X


Refletindo sobre poema e posia

Fonte: http://3.bp.blogspot.com/-aTMtsYl-Kvs/T15EOAAQlnI/AAAAAAAAAv0/VdL2uBoxJEM/s1600/compra-coletiva-mosqueteiros-dia-da-poesia.jpg

Minha reflexão hoje inicia a partir do estudo sobre poema e poesia, na interdisciplinar de Literatura Infanto Juvenil e Aprendizagem.
Analisando a essência, poema é um texto que se apresenta em forma de versos, estrofes, ritmo, métrica e sonoridade, enquanto que a poesia além de ser encontrada no poema, em narrativas literárias (conto, romance, novelas) e obras de arte, apresenta um conteúdo poético, visando desenvolver a sensibilidade (com o mundo, as artes, as palavras), apresenta uma linguagem mais elaborada.
Analisando o contexto histórico, vemos que até o século XIX encontramos pequenos manuscritos familiares, geralmente de pais para filhos. A partir deste século, pode-se dizer que surge juntamente com a escola com uma função moral, visando além do aprendizado da língua portuguesa o bom comportamento e o civismo.
Uma análise crítica mostra que desde o seu surgimento e uso na sala de aula, são acompanhados de questionários e deram origem às famosas “fichas de leitura”, às quais ainda hoje obrigamos nossos estudantes a tais atividades que consideram “penosas” e chatas, uma vez que de certa forma o são.
Não desmereço totalmente sua importância (em pequena parte), mas ainda é desafio que o educador faça o uso do poema e poesia visando explorar e ampliar as potencialidades dos alunos, sua reflexão, para além de questões prontas para seu rápido entendimento e compreensão.
Temos os exemplos do próprio Olavo Bilac, Cecília Meireles e Vinícius de Moraes, que em seu tempo exploraram a musicalidade, o jogo sonoro, além do compromisso pedagógico a que sempre se destinavam o poema e a poesia.
Existem muitas possibilidades, cabe a nós explorarmos o imaginário!
Novamente refletindo para minha prática docente no estágio, um dos pontos focais de trabalho eram a leitura e escrita. Assim, o trabalho com diferentes gêneros textuais foi fundamental para o desenvolvimento das competências e da sensibilidade leitora dos estudantes.
Trabalhamos com diversos gêneros, entre os quais poema e poesia. Mas destaco um gênero que foi muito apreciado pelos estudantes - a poesia. Em especial a poesia "Direito de voar", escolhida especialmente em função do PPA "Identidade", que estava sendo desenvolvido na prática docente.


Fontes:
http://3.bp.blogspot.com/-aTMtsYl-Kvs/T15EOAAQlnI/AAAAAAAAAv0/VdL2uBoxJEM/s1600/compra-coletiva-mosqueteiros-dia-da-poesia.jpg
CAMARGO, Luís. A poesia infantil no Brasil.

Revisitando a postagem IX


A pergunta como fator de aprendizagem



fonte: http://d2rbedwdba7p8y.cloudfront.net/imagens/ECO_006_1.jpg


Nós seres humanos somos seres muito curiosos. E a curiosidade não passa em branco: ela nos instiga a buscar respostas, encontrar caminhos, ampliar nossas aprendizagens.
Somos curiosos por natureza. As crianças que o digam: são verdadeiras perguntadoras.....Estão numa fase de desenvolvimento, grande aprendizagem e de indagação dos “por quês”....
A escola é um espaço fundamental para trabalhar com as perguntas das crianças. Ou melhor....trabalhar com e a partir delas.
Parece que à medida que nos alunos vão crescendo passamos por cima de suas perguntas e transformamos o ensino-aprendizagem numa espécie de teoria do aprender. Pode ser um certo receio nosso enquanto educadores sobre o que nossos alunos nos perguntarão e até falta de respostas às suas dúvidas.
Mas aprender em colaboração significa não responder as perguntas das crianças (dos nossos alunos). Devemos transformá-las em ponto inicial de nossa prática docente e ser mediadores da aprendizagem dos nossos educandos.....trabalhar com as perguntas, estimular a dúvida, a pesquisa, a experimentação. Afinal, não sabemos tudo....claro que aprendemos muito com a vida e com nossos estudos, mas jamais saberemos as respostas de todas as perguntas. É a dúvida e a busca pelas respostas que transforma a aprendizagem em instigadora, desafiadora, tornando-se um espaço de busca, trocas e descobertas. É isso que deve ser a sala de aula, a escola, a nossa vida.
Os projetos de aprendizagem, as atividades experimentais e o uso de recursos concretos são possibilidades de enriquecer este processo!
Assim, olhando para minha prática docente realizada ao longo deste segundo semestre de 2018, o trabalho com o PPA "Identidade" ajudou a 'desacomodar' os alunos, que estavam acostumados a ouvir, copiar e resolver as atividades. As situações de aprendizagem propostas por mim durante a prática pautavam-se na reflexão, no diálogo e nas trocas, para que os estudantes fossem os protagonistas do processo de construção do seu conhecimento. Sempre lançava perguntas para que eles pensassem, refletissem a respeito e construíssem conexões e respostas, seja de forma individual, seja no coletivo, onde as trocas por vezes facilitaram o processo. Claro que no início não foi muito fácil, já que os mesmos não estavam acostumados com esta forma de interagir, onde eles também eram ativos e deveriam participar intensamente. Mas este processo facilitou a construção de uma relação de diálogo, respeito e interação permanente.

Revisitando a postagem VIII


Autodesafio: a tecnologia como recurso para alfabetização e o letramento

Vivemos um período de rápidas transformações, marcado pelo surgimento de novas tecnologias, que automaticamente passam a ficar inseridas em nosso cotidiano.
A escola não pode ficar por fora destas inovações, tampouco continuar com o modelo tradicional de ensino-aprendizagem. Deve reinventar sua prática, visando aliar tecnologia e aprendizagem.
O uso das tecnologias em sala de aula possibilita criar um ambiente agradável, desafiante e motivador para professor e alunos.
Sabemos que nem todas as escolas dispõem de tecnologias e inclusive de internet; porém, boa parte delas possui.
Na escola onde sou docente recebemos do Governo do Estado netbooks em grande número, como recursos para uso com os alunos.
Porém, tudo o que é novo ainda causa certo receio; vejo que muitos professores ainda não utilizam os nets em sala de aula, seja por desconhecimento de seu funcionamento, falta de formação, dificuldades em planejar aulas com o seu uso e falta de tempo (planejamento) que é fundamental para organização do trabalho. Também passo por algumas destas dificuldades e mesmo não tendo recebido formação, passei a explorar os recursos dos nets para uso com meus alunos.
Como professor alfabetizador percebi uma variedade de recursos que os nets trazem para a alfabetização e alfabetização digital dos educandos.
Primeiro, eles adoram explorar e utilizar as tecnologias, já que muitos inclusive possuem um celular com muitos recursos disponíveis.
Segundo, porque os nets dispõe de recursos importantes que servem para prática em sala de aula no processo de alfabetização dos alunos (leitura, escrita, matemática).
Permanece o desafio do uso e aproveitamento da tecnologia em sala de aula, repensando minha prática docente e proporcionando aprendizagem significativa para meus alunos.


Legenda: prática no estágio usando laboratório de informática

Durante minha prática docente do estágio, semanalmente planejava um dia da semana, pelo menos, para uso do laboratório de informática com os alunos. Minha ação pedagógica visava o uso das tecnologias como recurso e possibilidades de construção do conhecimento. 
Aliar o uso das tecnologias a aprendizagem é uma nova possibilidade que está à disposição em quase a totalidade das escolas, o que faz com que nós docentes precisemos repensar nossa prática e planejar situações-aprendizagem explorando o uso das tecnologias.
Os alunos gostam, conhecem, usam cotidianamente, podem inclusive nos ensinar muito, o que favorece sua aprendizagem e o interesse por aprender.

Revisitando a postagem VII

As Histórias não contadas no cotidiano


fonte: https://www.youtube.com/watch?v=wQk17RPuhW8


Hoje minha reflexão neste post parte de um vídeo proposto pela interdisciplinar de Libras, intitulado “O perigo de uma história única”.
O vídeo mostra o fato de que cotidianamente assistimos e acompanhamos histórias que vemos como normais. A própria mídia e os meios de comunicação nos apresentam histórias ditas reais e normais, que acabamos assimilando e enxergando como únicas.
Não nos damos conta, neste contexto, das histórias reais, de pessoas reais, que não são contadas pela mídia ou pelos filmes.
Vivemos nossa realidade, não costumamos pensar e tentar enxergar o mundo de outras culturas, outros fazeres, outras histórias e experiências. Fica mais fácil apropriarmos do que conhecemos e julgamos como real e normal.
O vídeo possibilita uma ampla reflexão de como vemos e pensamos as coisas.
Também serve como desafio para nossa prática docente, explorar a realidade e cotidiano dos nossos alunos para enriquecer nosso fazer pedagógica e trazer para a sala de aula  outras realidades e histórias.
Ao realizar o planejamento da prática docente do estágio, busquei inicialmente as fontes arquivadas ao longo do curso do PEAD, para que minha formação intelectual pudesse ser refletida e aplicada na prática docente, assim como objetiva este curso de Licenciatura.
Neste sentido, ao desenvolver o projeto "Identidade", um dos focos iniciais eram os alunos, com suas identidades e histórias de vida. Para podermos caminhar juntos ao longo desta etapa do estágio, era fundamental que nos conhecêssemos como sujeitos dotados de uma constituição, de uma formação e de uma história de vida. Assim, a primeira atividade desenvolvida foi para conhecer os alunos e suas histórias de vida, para que subsidiassem o projeto ora desenvolvido. Claro, que à medida que fomos interagindo durante o estágio, pudemos nos conhecer mais, o que enriqueceu a prática docente, as relações estabelecidas e o sucesso do projeto que estávamos desenvolvendo.

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Geografia: compreendendo-se e situando no mundo

fonte: http://geografia.uol.com.br/geografia/mapas-demografia/33/imagens/i227820.jpg



Sempre fui apaixonado pela Geografia. Conhecer o mundo sempre me fascinou....
Enquanto aluno do Ensino Fundamental, embora num ensino tradicional da Geografia, sempre me dediquei muito e estudava para ser um bom aluno. Meus professores liam os capítulos conosco, passam exercícios, corrigiam, faziam provas, trabalhos e trabalhavam muito com mapas. Não me lembro de ter construído sequer uma maquete ou ter feito uma saída de campo. Mesmo assim, sempre gostei de Geografia, a tal ponto que quase acabei cursando esta licenciatura, a qual admiro até hoje.
Enquanto professor dos Anos Iniciais, procuro explorar o ensino de Geografia utilizando de variados recursos, para situar meus alunos no espaço, para que eles se localizem e compreendam o mundo e, acima de tudo, gostem de Geografia.
Castrogiovanni e Costella apontam que “o aluno competente em geografia estabelece relações entre os elementos geográficos que compõem o espaço e é, a partir desta relação, que se posiciona frente aos desafios da sociedade da informação” (pág. 15).
Assim sendo, apontam o ensino da Geografia e principalmente da Cartografia como possibilidades inclusive na Educação Infantil e nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Enfatizam que a Geografia ensina a ler o mundo e é fundamental o letramento espacial nos alunos.
Segundo os autores, é necessário novas leituras e um novo caminho para o ensino-aprendizagem da Geografia, porque existe uma fragilidade entre o que o professor aprende durante sua formação e o que ensina na escola.
A Cartografia permite um trabalho muito rico em sala de aula estabelecendo referência, lateralidade, percepção de imagens de diversos pontos de vista, relações de distância, ordenamento de pontos de referência, desenvolvendo a capacidade da conservação do conhecimento.
É imprescindível o processo de revisão da prática pedagógica do professor, explorando as possibilidades de um novo ensino-aprendizagem da Geografia, ampliando possibilidades, desenvolvendo novas habilidades.
Considero importante aliar a teoria à prática docente. Neste sentido, reflito sobre minha prática docente durante o estágio do PEAD, realizado neste segundo semestre de 2018. Até então, os alunos aprendiam exclusivamente linguagem escrita e matemática. Porém, em função do projeto "Identidade", que desenvolvi ao longo do estágio, em diversas oportunidades trabalhamos com a cartografia e uso de mapas como recurso para aprendizagem, para que os estudantes da EJA compreendam-se como parte de um contexto mais amplo.
Assim, para que estes compreendessem sua identidade historicamente, relacionada à sua história de vida, do bairro onde residem e da escola que frequentam, a cartografia foi fundamental para a compreensão desta relação e das transformações que ocorrem(ão) nestes espaços e na nossa vida.

Referências
CASTROGIOVANNI, Antonio; COSTELLA, Roselane. Geografia e a cartografia escolar no ensino básico: uma relação complexa - percursos e possibilidades. In: SEBASTIÁ, Rafael; TONDA, Emilia. La investigación e innovación en la enseñanza de la Geografía. Alicante: UNE, 2016, p.15-26.

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Memória e história: a fotografia em questão





Fonte: http://blog.emania.com.br/content/uploads/2015/07/fotografo-iniciante1.jpg


Vivemos num mundo em que as mudanças ocorrem de forma cada vez mais rápida. Às vezes, quando nos damos conta, acontecimentos já fazem parte do nosso passado.
Nossa sociedade capitalista cria diariamente muitas tecnologias que passam a influenciar em nossas vidas e das quais até por vezes nos tornamos dependentes.
A fotografia, como reflete Felizardo e Samain (2007) também evoluiu muito com o passar dos anos. Antigamente, as câmera possuíam filmes que poderiam levar dias até serem revelados; hoje, com as câmeras digitais, instantaneamente já podemos conferir as imagens. Qualquer pessoa pode se tornar um fotógrafo amador; até mesmo os celulares dispõem de câmeras com boa definição.
No entanto, nos acostumamos, alertam os autores, a manter as fotografias armazenadas em mídias diversas (CDs, DVDs, HDs), inclusive nas próprias câmeras digitas (ou dos celulares), cujas memórias são cada vez maiores ou utilizamos de cartões de memória. A rapidez com que podemos excluir aquelas que não nos agradam ou não nos interessam ou até mesmo a possibilidade de perder fotos que fazem parte de memórias importantes de nossa História, são o contraponto desta facilidade de registrar.
Perdeu-se o hábito de revelar e armazenar em álbuns (ou semelhantes) as fotografias, dando sentido e sequência à nossa história de vida ou acontecimentos que nos são muito importantes, seja de nossa memória individual ou coletiva.
Segundo Felizardo e Samain (2007, pág. 217)
[...] Fotografar significa congelar no tempo a nossa memória, atestar e perpetuar a nossa existência. [...] parar no tempo e no espaço algo que, para nós, tenha sido provavelmente importante ou simplesmente agradável, familiar, bonito atraente.
Isso não significa que esta evolução da fotografia seja negativo em nossa vida, mas sim que passa, no contexto atual, por uma nova forma de arquivar e guardar nossas memórias, nossa História.
Durante minha prática docente no PEAD, ao longo do segundo semestre de 2018, desenvolvi o PPA sobre "Identidade", visando trabalhar a história de vida dos estudantes, do bairro onde residem e da escola, inter-relacionando com suas vidas e possibilidades. A questão da memória e história fizeram parte do projeto, uma vez que lidamos com estas questões no que se refere à vida dos estudantes, ao bairro Sarandi e à escola. Trabalhamos com o uso das fotografias para dar sentido à memória e á história, para que compreendessem o contexto em que  estão vivendo, as transformações e as possibilidades.

FONTES
FELIZARDO, Adair; SAMAIN, Etienne. A fotografia como objeto e recurso de memória. Discursos fotográficos. Londrina, v.3, n.3, p.205-220, 2007. Disponível em: <http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/discursosfotograficos/article/view/1500/1246> Acesso em: dez. 2016.

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Refletindo sobre a escola


                      
                        
Fonte: http://gestaoescolar.abril.com.br/img/gestao-escolar/gestao3-capa1g.gif


       Esta imagem me surgiu em meio aos meus estudos sobre os textos A maquinaria escolar” e “(Des)encantos da modernidade pedagógica”.
         A reflexão dos textos retoma que   a escola foi criada como forma de reprodução dos ideais da igreja, do pensamento da classe dominante e com objetivos de manter o ordenamento social.
         Se nos determos no Estudo da História da Educação, podemos verificar alguns dos fatores que justificam o modelo de escola ainda presente hoje. 
       A educação brasileira que tenta evoluir com a melhora dos índices tem sua origem na evolução da escolarização e educação brasileiras. A necessidade de investimento de recursos públicos, sempre aquém do realmente necessário, moldaram uma escola em constante dificuldades, cujas origens históricas ainda interferem na sua evolução. Temos hoje, no século XXI, uma escola que foi criada e pensada especialmente nos séculos XIX e parte do XX, que não acompanhou a evolução tecnológica dos últimos anos.
Somente no final da década de 90 é que atingimos a universalização do Ensino Fundamental e ainda não conseguimos dar conta da demanda da Educação Infantil e também do Ensino Médio, este último com alto índice de evasão e reprovação escolar. A formação dos professores também está imbricada num modelo do século passada, onde a maioria dos docentes tem como reflexo sua formação escolar e acadêmica, privilegiando um ensino tecnicista e conteudista. Os desafios são muitos, mas barreiras são transponíveis.



Fonte: http://www.uff.br/observatoriojovem/sites/default/files/images/Imagem_Projeto_Bruno.png


                 A partir da minha prática docente na EJA realizada neste segundo semestre de 2018, inicialmente tratei de realizar observações na turma, para conhecê-la melhor, assim como a prática docente, para fins de poder planejar minha ação docente durante o estágio do PEAD. O que pude observar, é uma escola ainda estruturada tradicionalmente, com práticas de transmissão de conteúdos aos estudos, sentados enfileirados, desconexa a maioria das vezes da vida e realidade destes estudantes. Ainda mais por se tratar da EJA, que tem um público diferenciado das classes regulares, sendo sujeitos que voltaram a estudar. As aulas tornavam-se cansativas, massantes, pois resumiam-se em aprender mediante cópia do quadro e realizar exercícios sobre o determinado conteúdo.
            Este é um desafio ainda muito presente na escola da atualidade, onde muitas vezes docentes ficam presos às práticas tradicionais ou o livro didático é seu guia de cada aula, não havendo uma flexibilidade ou mudança na prática docente. É de repensarmos a estrutura da escola, com as diversas possibilidades que atualmente temos à nossa disposição, como o uso das tecnologias, entre outros.

Referências
NUNES, Clarice. (Des)Encantos da modernidade pedagógica.
VARELA, Julia., ALVAREZ-URIA, Fernando. A Maquinaria escolar. Teoria & Educação. São Paulo, n. 6, p.68-96, 1992.

sábado, 22 de dezembro de 2018

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Refletindo sobre alfabetização.....


 Pensando sobre a Alfabetização, apropriação da escrita pela criança e reflexão sobre o texto de Maria Bernadete Marques Abaurre, eis alguns aspectos que achei interessante pontuar:
  • A sílaba tem um papel crucial no momento inicial do processo de aquisição do sistema escrito alfabético.
  • As crianças já são, desde cedo, capazes de elaborar hipóteses sobre o modo de grafar as palavras e elaborar textos significativos = desde que haja motivação para isso.
  • Assim que começam a usar letras as crianças demonstram dominar rapidamente as estruturas silábicas do tipo CV (sílaba canônica).
  • Inicialmente os textos produzidos são heterogêneos do ponto de vista das propostas de escrita para as diferentes palavras que o compõem.
  • Muitas das palavras escritas pelas crianças são cópias das escritas pelos adultos.
  • Muitas crianças, no momento de aquisição da escrita, tem a questão crucial de saber quantas são as posições disponíveis na sílaba, para serem preenchidas por letras.
  • Sílaba = unidade fonológica que organiza as melodias segmentais em termos de sonoridade.
  • No momento de adquirir a representação alfabética a criança passa por algumas dificuldades com relação ao reconhecimento da estrutura interna da sílaba.
  • Os professores precisam reconhecer que as hipóteses das crianças têm sua lógica.
  • O exercício da própria escrita alfabética levaria à análise da sílaba e ao reconhecimento de seus constituintes internos.
  • Complexidade da tarefa da análise da sílaba em seus constituintes internos a ser feita pela criança em processo de aquisição da linguagem oral e de sua representação escrita  de base alfabética.
  • Os professores devem dispor de informações sobre  a fonologia da sílaba que lhes permita analisar as hipóteses das crianças e identificar o tipo de dificuldade que muitas delas enfrentam para grafar as sílabas de estruturas mais complexas.
  • A melhor maneira de ajudar as crianças a realizar a análise da sílaba para identificar as posições que podem receber letras na escrita é através do trabalho com dados da própria escrita, criando situações-problema que levem às conclusões corretas.

        Contato com a escrita na sala de aula, comparação de hipóteses oferecidas pelas crianças de uma mesma sala para a escrita de determinadas palavras e a discussão de escritas por elas propostas, com mediação de professor = garantia que as crianças chegarão às conclusões corretas.
      Alfabetizar tem uma significado mais amplo, complexo. Não se trata simplesmente de se referir ao aprendizado da leitura e escrita, ou da alfabetização matemática. Significa compreender-se enquanto sujeitos históricos, ativos, políticos, constituídos de uma vida.
       Neste sentido, o planejamento do professor que atua na alfabetização, em especial na EJA, onde tive a oportunidade de realizar minha prática docente do estágio, vai além de um planejamento rígido, objetivo. Ele é amplo, dinâmico, levando em consideração os sujeitos e sua história de vida.
       Precisamos considerar estes aspectos, assim como contextualiza o Parecer CEB/CNE nº 11 (Brasil, 2000). A EJA, tem funções diversas, sendo reparadora, equalizadora e qualificadora. Hoje o público que frequenta a EJA mudou, pois a idade pode variar de 15 aos 80 (ou até mais). O professor deve ter um olhar atento, para que sua prática docente possibilite o desenvolvimento integral destes sujeitos, que se reconheçam como ativos na sociedade e (re)conheçam-se como detentores de direitos e deveres civis.

Referência

PARECER CEB Nº 11/2000. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos

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Relação professor/aluno, desejo de saber...



     As questões da Psicologia sempre me despertam uma reflexão a mais....
    Pensando nos conceitos de desejo de aprender, transferência, contratransferência...
    Acabo me pegando como um exemplo....Minha primeira formação superior foi no curso de Licenciatura em Física..A escolha foi motivada pela minha professora do Ensino Médio que despertou em mim o desejo de conhecer mais, estudar Física e ser professor desta disciplina...

    Até então eu estava pensando em cursar a Geografia, também por contato e inspiração com uma professora do Ensino Fundamental. Mas o desejo pela Física foi mais forte: adorava as aulas, era um ótimo aluno, com boas notas...Concluído o Ensino Médio, me dediquei ao curso e acabei obtendo minha formação superior nesta área.
    Também trago para a situação com meus alunos, em que muitas vezes ao se referirem a mim, me chamam “pai”, e costumo brincar dizendo “fala meu(minha) filho(a).
     Olhando para esta postagem, realizada no meu primeiro semestre, com a experiência prática do estágio na EJA, recém concluída, assim como aprendemos com Hara (1992), a origem e história dos sujeitos que frequentam a EJA são diversas, distintas. Temos um diferente público, de diferentes faixas etárias, origens, objetivos. Mas o ponto em comum de todos estes é o desejo de aprender, desenvolver-se, almejar um crescimento pessoal e profissional, melhorar de vida.
     Assim, a relação estabelecida foi além da tradicional da sala de aula. Com o PPA "Identidade", busquei que os sujeitos se reconhecessem como históricos, com uma história de vida, origem, com um presente e muitas possibilidades, partindo sempre da prática e realidade dos estudantes. Nosso processo pautou-se por um espaço de reflexão e reconstrução, tendo como parte cada um dos sujeitos que ali estavam.

Referência

HARA, Regina. Alfabetização de adultos: ainda um desafio. 3.ed. São Paulo: CEDI, 1992.

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Refletindo sobre a alfabetização de adultos



          A educação popular possui muitos desafios, principalmente no que se refere à alfabetização de adultos. Hara (1992) pontua que várias dificuldades estão no cerce deste processo, que envolvem desde a prática docente que não consideram os saberes e experiências dos sujeitos ali presentes e também das enfrentadas pelos adultos, seja de trabalhos exaustivos, condições sociais, etc.
       Os sujeitos que frequentam a EJA são distintos, de realidades diversas, sendo que muitas vezes a educação escolar não é a sua prioridade, haja visto as dificuldades pelas quais passam, já que como Hara (1992) aponta a maioria provém de classes populares. Por isso, ela alerta sobre a necessidade de tornar a prática de alfabetização um ato político, constitutivo dos sujeitos, como ferramenta para seu desenvolvimento.
        Quanto às práticas docentes, sabemos que muitas vezes estão desconexas da realidade. Com relação à formação de professores para atuar na EJA, esta não prepara-os para atuar nesta modalidade e das especificidades de seu público-alvo, fazendo com que tenham que aprender na prática ou mesmo com práticas mecânicas tradicionais de leitura e de escrita, desconsiderando as diversidades dos sujeitos.
      Baseados nos estudos de Paulo Freire, Ana Teberosky e Emília Ferreiro, inferimos que a aprendizagem é um processo ativo e dinâmico, concebendo a visão de homem como sujeito de transformação e compreensão do mundo.
       O que fica bem claro é que tanto para adultos assim como para as crianças, a aquisição da escrita é conceitual e construída por meio das interações dos sujeitos com o meio. Por isso, Hara (1992) alerta para a necessidade de repensarmos as práticas alfabetizadoras com nova perspectiva de ação, já que a escrita é um sistema de representações construídas socialmente na história do homem e dominá-la é um processo cognitivo.
      Cada sujeito organiza de forma diferente seus conhecimentos, operando cognitivamente, o processo de socialização contribui para o desenvolvimento de sua autonomia, contribuindo com diferentes modos de construção do conhecimento.
       Assim, na alfabetização dos adultos, é fundamental considerarmos os saberes já construídos pelos sujeitos, pois estes já possuem uma história e conhecimentos.
         Neste sentido, tendo minha prática sido realizada numa turma da EJA, no período noturno, a partir do período de observação que realizei, meu planejamento semanal e por conseguinte, as práticas realizas, busquei pautar as atividades como significativas para os sujeitos que ali estavam, a partir do conhecimento de sua realidade, suas dificuldades, potencialidades e anseios. Estabelecemos uma relação para além de tradicional professor/alunos/alunos, para sujeitos que interagiam, estabeleciam trocas e aprendiam no coletivo.
          Conhecer os sujeitos, entender quem são e de onde ele vêm, é fundamental neste processo de trabalho com a EJA.

Referência
HARA, Regina. Alfabetização de adultos: ainda um desafio.  3. Ed. São Paulo: CEDI, 1992.